18/02/2019
Doação de órgãos e tecidos: você sabe como funciona todo o processo?
A doação de órgãos e tecidos, repetimos sempre aqui, é um gesto de amor que salva vidas. Mas entre o gesto – formalizado na autorização da família para a doação – e as vidas salvas – o transplante realizado – há um processo a ser seguido. Uma corrida contra o tempo, mas que deve seguir etapas e trâmites importantes.
Este processo começa com a captação dos órgãos e tecidos de um doador. Quando há um potencial doador com diagnóstico confirmado de morte encefálica, os assistentes sociais trabalham em cima de estratégias humanizadas para acolher e sensibilizar as famílias.
Captação
Somente após autorização familiar é que a cirurgia de captação dos órgãos e tecidos poderá ser feita e deverá respeitar as seguintes etapas:
• O hospital faz a notificação ao PET, através do 155, de um paciente com morte encefálica (potencial doador).
• A equipe do PET realiza a avaliação deste paciente junto ao hospital e às equipes especializadas (OPO ou CIHDOTT). Caso não haja nenhuma contraindicação clinica para a doação de órgãos, a família é entrevistada.
• Após a autorização são reunidos os resultados de exames gerais (que refletem as funções orgânicas, como Ureia e Creatinina, no caso do rim por exemplo) e exames como sorologias, grupo sanguíneo e HLA (“identidade genética”). Todos os dados são obtidos a partir da coleta de sangue do doador, até esse momento.
• O próximo passo é a transcrição desses resultados no sistema informatizado do Sistema Nacional de Transplantes (SIG) para geração de ranking de potenciais receptores de acordo com critérios específicos de cada órgão. Outros testes de compatibilidade serão realizados, como o Painel de Reatividade de Anticorpos (PRA) e a Prova Cruzada (“Crossmatch”), que consistem na verificação da compatibilidade com os possíveis receptores.
• As equipes de transplante, junto com a equipe do PET, adotam as medidas necessárias para viabilizar a retirada dos órgãos (meio de transporte, cirurgiões, pessoal de apoio).
• Os órgãos são retirados, acondicionados em líquidos específicos e embalados, conversados em hipotermia (gelo) e transportados do hospital onde encontrava-se o doador até os hospitais onde os transplantes serão realizados.
Corrida contra o tempo
A partir daí inicia-se um corrida contra o tempo. Para cada órgão que pode ser doado – coração, rins, pulmões, fígado, pâncreas, ossos, pele, válvulas e córneas – há um tempo máximo para retirada e preservação fora da circulação sanguínea. Este tempo varia de órgão para órgão.
Seja doador
Mas para que isso tudo ocorra e vidas sejam salvas é preciso, como explicamos acima, a autorização da família. Por isso, converse com a sua! Fale sobre a importância da doação e declare o seu desejo de ser um doador de órgãos e tecidos. Pela legislação brasileira, somente a família pode autorizar a doação. Mas no país, o número de famílias que não autorizam a doação ainda é alto. Por isso é tão importante esta conversa com seus familiares.
Além da conversa, há outra forma de declarar seu desejo de ser um doador de órgão e tecidos: por meio do Doe+Vida. Com a campanha Doe+Vida, do Programa Estadual de Transplantes, as pessoas que querem se declarar doadoras podem registrar este desejo virtualmente. No site
www.doemaisvida.com.br é possível se registrar no Cadastro Estadual de Doadores de Órgãos. Ao se cadastrar é possível compartilhar esta vontade com seus familiares e ainda compartilhar com os amigos.