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O que esperar e o que fazer quando se está a espera de um transplante

Para muitas pessoas o transplante é a única esperança, a chance de continuar vivendo. Natural que algo tão importante e determinante envolva muita ansiedade e expectativa. Natural, também, a idealização da cirurgia, já que o transplante não só melhora a qualidade de vida como, para algumas pessoas portadoras de graves doenças, é o único caminho para continuar vivendo.

Mas é preciso que o candidato a transplante, assim como o paciente que passa por um transplante, tenha clareza sobre algumas coisas. Conforme destaca a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o indivíduo doente muito frequentemente atribui grande importância ao transplante, julgando que este poderá resolver boa parte de seus problemas atuais. Não é raro que alguns pacientes se voltem totalmente para a cirurgia, adiando todos os planos que têm para depois do transplante.

Isso, obviamente, também é natural, mas é preciso quem esteja na lista de espera de um transplante busque pensar em projetos de vida que possam ser colocados em prática na atualidade. O dica dos especialistas é dar preferência a planos que possam ser, de fato, concretizados, com um começo, meio e fim e que estejam dentro do alcance do paciente. Agindo assim, ele se sentirá melhor, mais satisfeito consigo mesmo.

Mas e a angústia da espera? A espera pode realmente ser angustiante, mas, acredite, é possível encarar este período como um tempo capaz de trazer também benefícios. Entre outras coisas, é um tempo em que o paciente poderá se preparar, não só fisicamente, mas também do ponto de vista emocional.

Se preparar fisicamente inclui fazer aquelas mudanças de hábitos que só farão bem à saúde. É importante não deixar para mudar depois da cirurgia. Porque bons hábitos não precisam esperar, mas, principalmente, porque quanto mais equilibrado estiver o organismo, maiores as chances de a cirurgia ser bem sucedida.

Depois do transplante

Na fase pós-transplante é importante ter em mente que o organismo leva um tempo para se recuperar. É um momento no qual o corpo precisa se acostumar com o novo órgão e com os remédios (imunossupressores) que passarão a ser usados rotineiramente. Alguns pacientes, por idealizarem demais o transplante, demonstram contrariedade e impaciência, ficam ansiosos ou deprimidos com a hospitalização e a recuperação mais prolongada.

Complicações pós-cirúrgicas podem acontecer, inclusive a rejeição do órgão, perspectiva esta que também deve ser considerada. É importante ressaltar, porém, que as equipes que atendem os pacientes transplantados estão preparadas para contornar os problemas que venham a ocorrer e que todo esforço será feito para que o transplante seja bem sucedido. Caberá à equipe que acompanha o paciente passar as informações e instruções necessárias.

De volta à rotina

Claro que o tempo de recuperação deve ser respeitado, mas é importante encarar o transplante como algo que trará benefícios e desapegar da ideia de que, por ter passado por este tipo de procedimento terá grandes limitações. Elas até podem existir, mas são contornáveis e, tão logo seja liberado, o paciente deve retomar, conforme as orientações dos médicos, sua rotina.

O transplante, desde a espera até a retomada da rotina, é um caminho que poderá ser percorrido de diversas maneiras, mas que depende muito de quem o percorre. Então, se é você que está trilhando este caminho, Conte com o apoio dos médicos, dos seus familiares e amigos.