16/04/2018
Doentes renais querem ser reconhecidos como pessoas com deficiência
Os doentes renais crônicos vivem com inúmeras limitações no dia a dia e lidam com a dificuldade de inserção e permanência no mercado de trabalho em razão de seus problemas de saúde. Mesmo assim, eles não têm os benefícios garantidos pela Lei 13196/2015, chamada Lei Brasileira de Inclusão. O intuito das entidades que atuam em defesa desses doentes é fazer com que eles sejam reconhecidos como pessoas com deficiência.
De acordo com o presidente da Federação das Associações de Renais e Transplantados do Brasil (Farbra), João Adilberto Xavier, o principal objetivo é fazer com que os pacientes renais e transplantados tenham uma vida normal e com dignidade.
Segundo a Lei 13196/2015m em seu Art. 2º considera a pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Para avaliar a deficiência, a lei determina como critério o modelo biopsicossocial que é um conceito amplo que visa estudar a causa ou o progresso de doenças utilizando-se de fatores biológicos que sejam genéticos, bioquímicos, etc, fatores psicológicos como estado de humor, de personalidade, de comportamento e fatores médicos.
A Farbra acredita que o critério deva ser o patológico, ou seja, o de doença, que aí sim enquadra corretamente os pacientes renais. O presidente da Federação afirma que é uma tragédia nacional a existência de milhares de pessoas ligadas a uma máquina, três vezes por semana, quatro horas por dia e, mesmo assim, não serem consideradas pessoas com deficiência.