19/04/2012
Coração artificial desenvolvido no Brasil será testado em São Paulo
O primeiro coração artificial totalmente desenvolvido no Brasil pulsará em breve. O Hospital Estadual Dante Pazzanese, de São Paulo, desenvolveu o projeto que acaba de ser autorizado para testes em humanos – o aparelho apresentou bons resultados em testes com animais desde 2004. Esse procedimento aumenta as chances de que pessoas em estado gravíssimo resistam até que surja um doador compatível para o transplante. Atualmente, cerca de 50% dos pacientes graves morrem na fila à espera de um coração.
O coração artificial brasileiro funciona como um auxílio, acoplado ao órgão natural, que continua batendo. Além disso, a manutenção do coração natural ajuda no controle da pressão arterial e no caso de algum problema com a máquina, pois ele mantém o sangue fluindo. Por questão de segurança, o dispositivo fica fora do corpo, facilitando também em caso de eventuais falhas.
A cirurgia é considerada simples. O aparelho, que pesa 700g, é implantado no paciente e permanece com ele por, no mínimo, 30 dias. É a partir deste período que o organismo do receptor inicia o remodelamento e o coração natural pode apresentar melhoras, aumentando a sobrevida do paciente. Após a operação, os pacientes seguem internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por duas semanas. Depois são transferidos para a Unidade Semi-Intensiva, onde devem permanecer enquanto estiverem com o dispositivo implantado.
Nessa primeira fase, cinco pessoas receberão o coração artificial. De acordo com os resultados, outros cinco pacientes – alguns do Hospital do Coração, colaborador do projeto – participarão de uma nova fase. A escolha será por pessoas em estado grave e que necessitam de um transplante imediato. Depois que receberem o coração artificial, os escolhidos terão prioridade na fila de transplantes.
O dispositivo é contraindicado para pacientes que tenham sofrido embolia pulmonar nos 30 dias anteriores à cirurgia, passado por intubação prolongada ou sofram de insuficiência renal. Maiores de 65 anos e pessoas com peso inferior a 40 quilos também não podem fazer a cirurgia.
