17/06/2015
Transplante ósseo pode beneficiar cerca de 30 pessoas
O transplante de ossos é um procedimento mais comum do que se imagina. De acordo com os dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes, foram realizadas 4.818 cirurgias deste tipo em todo o país, apenas no primeiro trimestre de 2015. O Estado do Rio de Janeiro faz parte desta estatística através dos 191 procedimentos realizados neste período.
A cirurgia é recomendada em casos de perda óssea decorrente de tumores, troca de próteses e traumatismo, fraturas não consolidadas, acidentes, além de pacientes portadores de deformidades congênitas, etc. Diferente dos órgãos que podem ser doados, o osso não apresenta nenhum tipo de rejeição.
A equipe transplantadora tem até 12 horas após a confirmação da morte encefálica para captar o tecido e armazená-lo no Banco de Tecidos. No Rio de Janeiro, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) tem uma fila que atende a pacientes de todo o país que necessitam deste procedimento.
Após a retirada dos ossos é feito o encaminhamento para o Banco de Tecidos do Into, onde são processados em uma área com ar puro para evitar contaminação por bactérias e vírus. Depois disso, são armazenados a uma temperatura de -80ºC, podendo ser guardados por até cinco anos.
Um mito muito comum que envolve o transplante ósseo diz respeito à deformação do cadáver do doador. Não há qualquer tipo de deformação, pelo contrário, o corpo irá passar por uma cuidadosa reconstrução. Após a retirada dos ossos dos braços e das pernas, em substituição são colocados outros de material sintético que irão preservar a aparência do doador.
Quem pode doar?
É necessário que o doador tenha entre 18 e 70 anos, não tenha sido vítima de câncer ósseo, osteoporose ou doenças infecciosas transmitidas através do sangue (hepatite, AIDS, malária). A doação não pode ser realizada por pessoas que possuem tatuagem há menos de um ano, fez uso prolongado de corticoides, acupuntura ou recebe transfusão sanguínea. Um único doador pode beneficiar aproximadamente 30 pessoas.
Vale lembrar que para ser doador é preciso expressar o desejo em vida, já que a autorização do procedimento é dada somente pela família. Agora, além de conversar com os parentes sobre o assunto, é possível declarar o desejo de ser doador através do cadastro no site do Doe+Vida.