25/09/2015
Dia Nacional da Doação de Órgãos: doadores e pacientes transplantados são homenageados
A manhã desta sexta-feira (25) foi especial para funcionários, pacientes, transplantados e famílias de doadores de órgãos no Hospital São Francisco de Assis, onde fica o Centro Estadual de Transplantes. O cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, celebrou uma missa para comemorar o Dia Nacional da Doação de Órgãos. O encontro também foi marcado por uma homenagem às famílias que disseram “sim” à doação e pessoas que tiveram a vida salva por este gesto de amor.
“Creio que o doador, quando chega ao final da sua vida acaba tendo um ato de amor e caridade ao querer fazer o bem ao próximo. E a família também, por respeitar e aceitar esta decisão. Eles doam algo que é vital e importante a uma pessoa desconhecida, que passa a ser eternamente grata por este gesto que pode salvar a sua vida”, declara Dom Orani.
Para que mais vidas possam ser salvas é preciso, além da doação, oferecer um sistema de transplantes eficaz. Rodrigo Sarlo, coordenador do Programa Estadual de Transplantes, destacou que a cada ano toda a equipe do PET não mede esforços para aprimorar o sistema de transplantes e ajudar quem está na fila por um órgão ou tecido.
“Continuamos motivados e lutando para oferecer o melhor Programa de Transplantes para a população do Estado do Rio de Janeiro”, afirma. Sobre a data especial, Sarlo acredita ser uma boa oportunidade para orar e agradecer. “Hoje é um dia especial para pensarmos naquela pessoa que faleceu, orarmos por aquela família que mesmo em um momento de dor, teve a capacidade de dizer sim à doação”.
Homenagem
A alegria durante o encontro foi compartilhada por quem teve a vida salva por um transplante, como Roberto Barbosa, de 66 anos, que passou pelo procedimento de fígado. Ao descobrir uma cirrose, o comerciante foi indicado a procurar o Sistema Único de Saúde (SUS) e ficou em tratamento durante três anos no Hospital Geral de Bonsucesso. Durante o tempo de espera pelo órgão e até poucos dias antes de passar pela cirurgia, Roberto enfrentou momentos de dificuldade e precisou superar uma infecção no pulmão, que o deixou internado por um mês.
“Precisei de apoio psicológico, principalmente antes de conseguir um fígado, pois estava com a saúde muito debilitada”, lembra. Emocionado, Roberto agradeceu o empenho e dedicação de toda a equipe do Hospital São Francisco de Assis, onde realizou o procedimento.
“Hoje minha vida se divide em duas. Metade está aqui neste hospital e a outra parte com a minha família. Graças a Deus e a esta equipe maravilhosa que esteve comigo neste período tive de volta o convívio com a minha esposa, filhos e netos”, diz, agradecido.
Reinaldo Muniz teve a mesma sorte que Roberto. Ele também superou obstáculos logo no início do tratamento, quando teve problemas com um cateter durante a hemodiálise, que provocou um coágulo no coração. Mas sua história teve um diferencial: o transplante renal veio como um presente de aniversário adiantado. Ele, que completa 64 anos neste sábado (26/09), recebeu o novo órgão no dia 19 de agosto, após quase cinco anos de espera, e hoje espalha a mensagem da doação para todos os amigos.
“Agora vivo uma nova vida. Para mim é emocionante conseguir andar sem sentir que estou carregando o mundo nas costas, pois não tinha resistência nenhuma. Hoje, o que mais faço é divulgar a importância da doação, porque se todos se conscientizarem sobre a causa terão a certeza de que vão ter sempre vivo dentro de alguém aquele ente querido que se foi”, conta, emocionado.
