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19/11/2013

Semana Estadual do Doador de órgãos: histórias de famílias que ajudaram a salvar vidas

A manhã de terça-feira (19/11) foi repleta de emoção para as famílias doadoras, profissionais de saúde e líderes religiosos. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) organizou um café da manhã para celebrar a Semana Estadual do Doador de Órgãos e, durante o evento, foram reveladas histórias emocionantes de quem, apesar da dor da perda de uma pessoa querida, ajudou a salvar outras vidas.

O evento contou com a presença de quem teve a vida transformada por um transplante e de líderes religiosos. Eles esclareceram a posição de suas igrejas, todas favoráveis a doação de órgãos. “Reunir esses representantes foi algo histórico e de cunho social muito importante”, afirma Rodrigo Sarlo, coordenador do PET.

Pai sempre declarou desejo de doar

O funcionário público Francisco José de Souza doou fígado, rins, coração e córneas da filha Camila Rocha de Souza, após a jovem de 21 anos falecer por conta de um Acidente Vascular Encefálico. “Sempre foi um desejo meu doar os meus órgãos, mas os da minha filha eu não esperava. Quando aconteceu com ela, apesar de toda a dor, o pensamento foi o mesmo”, conta.

De família católica, Francisco destacou a importância de sempre fazer o bem ao próximo. “Somos de família católica, mas independente da religião, acho que temos que procurar fazer o bem para as pessoas. Até porque, é parte dela que está viva em alguém. Isso é gratificante, apesar de toda a dor que a gente sente”, afirma.

Francisco disse que autorizou a doação de todos os órgãos da única filha e teve o apoio de toda a família. Nove meses depois, o funcionário público ainda se emociona ao lembrar de Camila e do gesto de amor. “Se minha filha veio ao mundo pra viver 21 anos e salvar vidas, eu estou em paz”, emociona-se.

“O Marcos pode continuar sendo uma benção”

Após perder o filho em um acidente de moto, a secretária Raquel Lima disse sim à doação. Em poucos minutos ela conseguiu assimilar a morte do filho, de Marcos Paulo Cavalcanti Lima, de 20 anos, e salvar outras vidas. “Marcos era uma benção em vida e continua sendo agora. Através de um gesto simples, que muita gente ainda não consegue entender que é amor, é possível dar vida para outras pessoas”, diz.

Evangélica, Raquel revela que seu pastor ajudou durante o momento de decisão. “Ele disse que o Marcos podia continuar sendo uma benção”, conta. Após a confirmação da morte cerebral do jovem, a família doou as córneas, rins e fígado. “Três pessoas estão sorrindo através da vida do meu filho. Sabemos que, independente da dor que sentimos, fizemos uma família feliz”, destaca.

Com insuficiência renal crônica, jovem recebe transplante e planeja o futuro

Jonatas da Silva Gonçalves, 23 anos, participava de competições de meia maratona quando descobriu que seus rins não estavam mais funcionando. “Após passar mal e realizar exames, recebi esta notícia. Foram três anos de hemodiálise”, diz o jovem. No dia 24 de maio ele recebeu um novo rim e, após 20 dias de recuperação, voltou à rotina normal e, aos poucos, está voltando às maratonas. “Quem sabe lá na frente eu não sou um atleta? Entrego nas mãos de Deus e o que vier agora será bem vindo, o pior já passou”, garante.

Jonatas aproveitou o evento para mandar uma mensagem à família doadora. “Não tenho palavras para descrever o quanto foi importante eles terem autorizado". O jovem prometeu aproveitar todos os momentos da vida da melhor maneira possível. “Vou usar bem o órgão que eu ganhei, aproveitando a vida, fazendo o que eu gosto. Essa família está de parabéns!”, resume.