02/09/2014
Transplante ósseo: saiba mais sobre este tipo de procedimento
É comum falar em transplante de coração, rins, fígado e córneas, por exemplo. Mas ainda há muita desinformação e desconhecimento por parte da população a respeito do transplante de ossos. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos foram realizados 10.388 procedimentos no Brasil somente no primeiro semestre de 2014. No Rio de Janeiro, foram feitas 244 cirurgias deste tipo de janeiro a julho.
O transplante é recomendado em casos de perda óssea decorrente de tumores, troca de próteses e traumatismo, fraturas não consolidadas, acidentes, além de pacientes portadores de deformidades congênitas, etc. Diferente dos órgãos que podem ser doados, o osso não apresenta nenhum tipo de rejeição.
Após a confirmação da morte encefálica a equipe transplantadora tem até 12 horas para captar o tecido e armazená-lo no Banco de Tecidos. No Rio de Janeiro, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) tem uma fila que atende a pacientes de todo o país que necessitam deste procedimento. Um único doador pode beneficiar aproximadamente 30 pessoas.
Um mito que envolve este tipo de procedimento diz respeito à deformação do cadáver do doador. É importante frisar que não há qualquer tipo de deformação, pelo contrário, o corpo irá passar por uma cuidadosa reconstrução. Após a retirada dos ossos dos braços e das pernas, em substituição são colocados outros de material sintético que irão preservar a aparência do doador.
Preparação para o transplante
Após a retirada dos ossos é feito o encaminhamento para o Banco de Tecidos do Into, onde são processados em uma área com ar puro para evitar contaminação por bactérias e vírus. Depois disso, são armazenados a uma temperatura de -80ºC, podendo ser guardados por até cinco anos.
Quem pode doar?
É necessário que o doador tenha entre 18 e 70 anos, não tenha sido vítima de câncer ósseo, osteoporose ou doenças infecciosas transmitidas através do sangue (hepatite, AIDS, malária). A doação não pode ser realizada por pessoas que possuem tatuagem há menos de um ano, fez uso prolongado de corticoides, acupuntura ou recebe transfusão sanguínea. Vale lembrar que para ser doador é preciso expressar o desejo em vida, já que a autorização do procedimento é dada somente pela família.