02/05/2012
Ministério da Saúde anuncia aumento de até 60% em repasse para transplantes
O ministro da saúde, Alexandre Padilha, em solenidade que comemorou os dez anos da realização de transplantes de fígado no Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, assinou uma portaria que amplia o repasse de recursos para unidades hospitalares da rede pública que realizem transplantes. O objetivo do Ministério da Saúde é aumentar o número de transplantes feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – principalmente os considerados mais complexos: fígado, coração e pulmão – e, consequentemente, reduzir a fila e o tempo de espera por um órgão.
De acordo com a portaria, os hospitais que fazem quatro ou mais tipos de transplantes receberão um incentivo de até 60% em relação ao gasto com os procedimentos que já são pagos pelo ministério. As unidades que fazem três tipos de transplantes terão um recurso 50% maior do que é pago hoje. Àquelas que fazem dois ou um tipo de transplante, serão pagos 40% e 30% a mais. Ou seja, quanto mais tipos de transplantes o hospital fizer, maior será o incentivo. Além disso, hospitais que fazem transplantes de rim terão um reajuste específico de 30%. Assim, os gastos do governo federal na área de transplantes terá um aumento de R$ 217 milhões este ano, elevando as despesas do Ministério da Saúde para cerca de R$ 550 milhões com esse tipo de procedimento.
O governo também visa à qualidade de vida do paciente após a cirurgia. Por isso, oferece um benefício que garante a internação de pacientes que precisem de um tempo maior de hospitalização em casos de complicações graves, inclusive internações em Unidade de Terapia intensiva (UTI).
Transplantes no Brasil
O Brasil realizou mais de 23 mil transplantes no SUS, em 2011, alcançando o recorde mundial de transplantes feitos pelo sistema público de saúde. Também no ano passado, a taxa de dez doadores de órgãos por milhão de pessoas foi ultrapassada: 11,4 órgãos por milhão de pessoas foram doados no país. A expectativa é chegar a 2015 com 15 doadores por milhão de pessoas. Em 2003, eram cinco por milhão.
O Ministério da Saúde também divulgou dados sobre o número de pessoas à espera de transplantes. Comparado com 2010, o ano de 2011 teve um redução de 23%. Os transplantes que apresentaram maiores reduções foram os de fígado (42%), córnea (39%) e pâncreas (36%). As menores reduções foram nas filas de espera por rim (14%), coração (13%) e pulmão (5%).
