23/01/2013
A morte encefálica e o coma
Esclarecimento é uma palavra fundamental ao falarmos sobre transplantes. Conhecer as questões que cercam a doação de órgãos é importante e ajuda na decisão da família que deseja doar, mas tem dificuldade em aceitar a perda de seu ente querido. Entre as questões que mais causam dúvidas está a diferença entre morte encefálica e coma.
O paciente em coma pode não precisar do auxílio do respirador, tem atividade elétrica cerebral (como o coração) e sangue circulando no cérebro. Ele está vivo. Já a morte encefálica é um quadro permanente e irreversível. Apesar do paciente continuar respirando artificialmente, com o auxílio de uma máquina chamada respirador, e o monitor cardíaco indicar que o coração está batendo, não há mais nenhuma atividade no tronco encefálico.
Segundo a Lei Federal 9.434 de 1997, a morte encefálica é a definição legal de morte: é a “completa e irreversível parada de todas as funções do encéfalo - que compreende o cérebro e o tronco encefálico”. O tronco encefálico é responsável por uma série de funções vitais como a atividade cardíaca, respiratória, pressão sanguínea e o coração. Além disso, ele também regula a audição, o olfato, os sensos visuais e táteis e a temperatura corporal. A partir do momento que o cérebro não recebe sangue do corpo, ele está morto.
Os exames e o diagnóstico de morte encefálica
O diagnóstico da morte encefálica é dado através da realização de exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo variáveis, próprios para cada faixa etária, conforme critérios já bem estabelecidos pela comunidade científica internacional. É preciso confirmar que o indivíduo não apresenta reflexos cerebrais e nem respira.
Entre os exames estão o eletroencefalograma, ecodoppler ou arteriografia dos vasos cerebrais, que deverão demonstrar, de forma inequívoca, ausência de atividade cerebral, seja elétrica, metabólica ou fluxo sanguíneo.
Os médicos sempre farão o possível para salvar uma vida. Qualquer diagnóstico será dado com muita responsabilidade e somente depois de terem esgotado todas as possibilidades. Por isso, não tenha medo de permitir a doação dos órgãos e tecidos de um parente querido que tenha sido diagnosticado com morte encefálica. Lembre-se de que esse gesto pode evitar o sofrimento de outras famílias.