25/02/2014
Organização de Procura de Órgãos busca aumentar o número de notificações e doações no estado
A inauguração da primeira Organização de Procura de Órgãos (OPO) do estado, no Instituto de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), que abrange a Zona Sul e Oeste da Cidade do Rio – além de Niterói –, já cria expectativas de superação nos números de doações e transplantes por parte dos profissionais de saúde. O coordenador da OPO Sul, Onofre Barros, acredita que com a presença constante da Central de Transplantes nos hospitais a relação cria laços de fidelidade que possibilitam o aumento de notificações e doações efetivadas.
“Nos dois primeiros meses de funcionamento a expectativa é promover um aumento de 15 a 20% das doações efetivas, além de também aumentar o número de notificações. A partir desses aumentos nós prevemos alcançar a meta de 300 doações no ano”, ressalta.
Com o objetivo de descentralizar e intensificar a busca por doadores de órgãos e tecidos, as OPOs vão atuar em conjunto com as equipes já existentes do PET, como o grupo de Terapia Intensiva e Coordenação Familiar, responsáveis pelo suporte clínico aos potenciais doadores e às famílias, respectivamente. Outras quatro OPOs também serão inauguradas, uma na Usina e as outras nas cidades de Petrópolis, Itaperuna e Barra Mansa.
Segundo o coordenador do PET, Rodrigo Sarlo, o critério de escolha para as unidades foi definido de modo que todas as regiões do estado fossem contempladas. “São cinco coberturas de regiões para que o estado possa ser mais bem cuidado e explorado”, explica.
No total, serão mais 35 profissionais entre enfermeiros, coordenador médico e profissional da área administrativa trabalhando exclusivamente com o processo de doação. Eles foram preparados especialmente para a função através da equipe de educação do PET, com a realização dos cursos básico, intermediário e avançado em doação de órgãos e tecidos para transplantes.
”Os enfermeiros fazem três buscas diárias nos hospitais da área que envolve a OPO Sul nos períodos da manhã, tarde e noite. Existe uma escala em que os hospitais são visitados a cada dois dias”, esclarece Onofre. Sarlo acrescenta que com esta rotina de visitas o número de doadores efetivos tende a aumentar. “O objetivo é que os profissionais trabalhem frequentemente nas ruas. Efetivamente, eles estarão rodando as unidades podendo cuidar melhor dos doadores, dando atenção extra às famílias para que seja possível aumentar a conversão destes potenciais doadores em doadores efetivos e, em última análise, aumentar o número de transplantes.”
A criação das OPOs vem ajudar a minimizar um problema muito comum quando se trata de doação de órgãos: a negativa familiar. Em 2013, quase 50% das famílias de pacientes com morte encefálica não autorizaram a doação. Os motivos mais comuns são a falta de consenso entre os parentes e a falta de compreensão de que a morte encefálica é um diagnóstico irreversível. Em 2014, foram feitas 38 captações até o momento.
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