24/02/2016
Transplante: entenda os cuidados necessários com o paciente após a cirurgia
A doação de órgãos e tecidos é um processo que depende do consentimento das famílias de pacientes que tiveram morte encefálica. Porém, após a realização do transplante a realidade é outra. O transplantado, muitas vezes, volta a ter uma vida normal, mas terá importantes responsabilidades a cumprir. E a primeira delas será em relação às medicações imunossupressoras, que agem sobre a imunidade do paciente com o objetivo de impedir a rejeição ao órgão transplantado.
“Isso exigirá uma disciplina ímpar do paciente, que não poderá atrasar o horário dos remédios prescritos pelo médico. O paciente fará uso dos imunossupressores indefinidamente, uma vez que o órgão transplantado é proveniente de outra pessoa, com diferente identidade genética”, explica o coordenador do Programa Estadual de Transplantes, Rodrigo Sarlo.
A condição clínica após o procedimento varia de paciente para paciente. Por este motivo, a alta hospitalar pode durar poucos dias ou até algumas semanas, dependendo do tipo de transplante e da recuperação pós-operatória. No entanto, para todos os pacientes, os primeiros dias após a cirurgia são os mais importantes, pois representam a adaptação do organismo ao novo órgão. Neste período, o paciente receberá cuidados especiais e multidisciplinares dos profissionais de saúde.
Aliás, o acompanhamento clínico não fica restrito apenas no momento de internação do paciente. Pelo contrário, ele receberá acompanhamento ambulatorial através de consultas periódicas, realização de exames de rotina e sempre que houver qualquer suspeita de complicação, como infecções, por exemplo.
“Infecções virais e bacterianas estão entre as mais comuns e os sintomas variam de acordo com o tipo de infecção. É comum que elas apareçam, já que, para evitar a rejeição ao órgão recebido, o tratamento consistirá em reduzir a imunidade do paciente. Ele será orientado e acompanhado pelo seu hospital e médicos responsáveis”, orienta Sarlo.
Em geral, a grande maioria dos pacientes consegue experimentar uma nova vida após o transplante, uma vez que o “novo órgão” retoma um funcionamento que antes era insuficiente ou inexistente. O coordenador do PET ainda afirma que a rotina pré-transplante também poderá ser resgatada.
“As atividades domésticas e laborativas são retomadas na maioria dos casos e o único compromisso, conforme já foi falado anteriormente, será com a medicação e acompanhamento clínico rigorosos”, conclui.