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Transporte de órgãos: uma corrida contra o tempo

Quem está na fila de espera de um órgão a ser transplantado sabe que qualquer minuto é precioso. O tempo não para até que se consiga transportar um novo coração, por exemplo. Portanto, correr contra o relógio é essencial para atender ao tempo que um órgão consegue sobreviver sem circulação sanguínea (tempo de isquemia), que é muito curto. Desse modo, o Ministério da Saúde, a Força Aérea Brasileira (FAB) e as companhias aéreas se unem para que este processo seja bem sucedido.

Quando há necessidade de se transportar um órgão de avião, a FAB pode ser acionada para auxiliar caso o tempo de isquemia seja curto. Cada órgão tem o seu tempo. Enquanto um pâncreas pode sobreviver fora do corpo humano em temperatura de resfriamento adequada entre 12 e 24 horas, um coração, por exemplo, tem seu tempo reduzido entre quatro e seis horas.

Depois que a cirurgia para a retirada dos órgãos é agendada é a Central de Transplantes Estadual que organiza a logística para o transporte. Se não houver um receptor compatível no local, o órgão é ofertado para os demais estados, dentro de uma macrorregião. Se ainda assim não houver receptor, o mesmo é distribuído nacionalmente, de forma que a Central Nacional de Transplantes (CNT) entra no circuito para gerenciar a situação. Sempre levando em conta, obviamente, a Lista Única Nacional. Todo esse procedimento logístico é feito de maneira que os órgãos cheguem dentro do prazo ao local onde está o receptor.

Em Brasília, um profissional da CNT é quem cuida da distribuição e do transporte aérea de órgãos, por meio de um Centro de Operações que funciona 24 horas. O tráfego aéreo também é controlado sempre priorizando voos que estejam relacionados ao transporte de órgãos. Isso significa que aeronaves de matrículas civis, isso inclui as estrangeiras, têm todo o apoio dos profissionais de controle de tráfego para tornar os voos mais curtos, desde que estejam em situações nas quais vidas humanas possam ser salvas.