09/12/2015
Ministérios renovam parceria com aéreas para transporte de órgãos
O Brasil deu mais um importante passo no que diz respeito ao transporte aéreo de órgãos. A parceria do Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria de Aviação Civil com empresas aéreas que prevê o transporte de órgãos para transplante foi renovada na última quinta-feira (3/12) com uma novidade. Agora, os pacientes que precisam receber doação de medula óssea poderão recebê-la para transplante através do transporte por avião.
Segundo o MS, o transporte da medula dependia da criação de um fluxo específico, tendo em vista que não pode passar pelo sistema de raio-x. A inclusão no termo propicia a regulamentação técnica no sentido de viabilizar que esses materiais passem a ser transportados sem a necessidade de colocar na esteira do aparelho, o que poderia deteriorar o tecido.
A renovação do documento foi assinada pelo então ministro da Aviação, Eliseu Padilha, e da Saúde, Marcelo Castro, durante o II Fórum de Logística do Sistema Nacional de Transplantes. Com duração de dois anos, o acordo foi assinado em dezembro de 2013 e está sendo renovado pela primeira vez. Com a parceria, foi possível ampliar o número de voos disponíveis para transportar órgãos evitando desperdício, aumentando a oferta, reduzindo as distâncias e desigualdades regionais, além de beneficiar as pessoas que aguardam por um órgão em todo o Brasil.
Em 2012, ainda com o acordo com as empresas aéreas limitado, foram realizados 2.568 voos. Já em 2013, foram 6.064, um aumento de 136%. Em 2014, 5.061 voos transportaram órgãos e equipes de saúde. Nesse período foi registrada queda no número de voos pela otimização da utilização da malha aérea e do fluxo de distribuição. Ou seja, foram transportados mais itens utilizando menos voos. Até outubro deste ano já foram contabilizados 3.317 voos.
Entenda o processo:
1º passo: O funcionário da Central Nacional de Transplantes, na sala de Decisões Colaborativas do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (localizada no Rio de Janeiro), recebe da Central Estadual de Transplantes o pedido para transporte de órgão a ser transplantado. Imediatamente, a Central Nacional escolhe o voo e comunica às empresas aéreas, aeroportos e às respectivas Centrais Estaduais para o transporte ser agilizado.
2º passo: Os representantes das companhias aéreas e dos aeroportos que assinaram o acordo ficam na sala de Decisões Colaborativas para agilizar o transporte.
3º passo: Além da Central, das empresas aéreas e dos representantes dos aeroportos, nessa mesma sala também está o responsável pelo tráfego aéreo, que informa as condições meteorológicas no espaço aéreo entre uma cidade e outra para que o transporte do órgão seja sem contratempos. Além disso, o controle do tráfego aéreo, quando solicitado, poderá providenciar a priorização em rota do voo.