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29/11/2016

Transplante de córneas: tudo o que você precisa saber



Você sabe como funciona o transplante de córneas? Sabia que, mesmo que tenha feito alguma cirurgia ocular, você pode vir a se tornar um doador? Sabe quando é indicado o transplante? Essas e outras dúvidas são esclarecidas nesse bate-papo com o Responsável Técnico do Banco de Olhos do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Gustavo Bonfadini.

Programa Estadual de Transplante
s – Em que consiste o transplante da córnea?
Gustavo Bonfadini - A cirurgia consiste em substituir uma porc¸a~o da co´rnea (doente) de um paciente por uma co´rnea sauda´vel, a fim de melhorar a visa~o (finalidade o´ptica) ou corrigir perfurac¸o~es oculares e infecções (transplante tecto^nico).

PET - Quando o transplante é indicado?
GB -
A córnea é um tecido transparente que fica na parte da frente do olho (para um fácil entendimento, podemos compará-la ao vidro de um relógio).
Várias doenças oculares podem debilitar a córnea, causando a perda de sua transparência, ou irregularidade de sua forma ou superfície, por exemplo: ceratocone em estágio avançado, córnea guttata, distrofia de Fuchs, trauma no olho, infecções ou outras causas. Nesses casos, após uma avaliação completa por um oftalmologista especialista em doenças da córnea e transplante, se o paciente tiver indicação, ele é inscrito na fila única de transplante de córnea.

PET - Em média, quanto tempo demora a cirurgia?
GB –
A cirurgia dura de 30 minutos a 1 hora. No período de pós-operatório a sensação de desconforto varia de pessoa para pessoa.

PET – Como é o pós-operatório?
GB -
Tipicamente, há pouca ou nenhuma dor. Quando presente, geralmente, é leve e dura alguns dias, sendo aliviada por analgésicos comuns.
São permitidas atividades normais como escovar os dentes, tomar banho, serviços domésticos, caminhar, ler e assistir à televisão. Deve-se evitar apertar ou esfregar o olho. A visão melhora gradualmente. Frequentemente, a visão torna-se útil dentro de algumas semanas. Porém, em alguns casos, pode levar alguns meses para que se obtenha a melhor visão. Colírios de corticoide e antibiótico são instilados no olho nos dias após a cirurgia, para prevenir a rejeição e infecção da nova córnea.

PET - Para doar as córneas é preciso que o doador não tenha tido problemas de visão? Isso altera alguma coisa? Por exemplo, uma pessoa que foi míope pode vir a doar?
GB -
Qualquer pessoa entre 2 e 80 anos pode ser potencial doador de córnea após a morte e ajudar outras pessoas que sofram de problemas visuais. Não ha´ qualquer restrição em relação a ter feito cirurgias oculares, ter glaucoma, miopia etc.
Mesmo assim, os familiares do doador sempre são consultados e precisam autorizar a doação. Por este motivo, é importante comunicar à família o desejo da doação.

PET - Em média, qual é o tempo de espera na fila para o transplante no estado?
GB -
Antes da criação do Programa Estadual de Transplantes (PET), no final do ano de 2009, apenas 45 transplantes de córnea foram realizados no Estado do Rio de Janeiro, enquanto 3.334 pacientes aguardavam na fila e o tempo de espera era de 10 anos. Através da implantação do PET, em 2010, houve um aumento nas doac¸o~es, com nu´mero de doadores por milha~o de populac¸a~o (pmp) de 4,4 (2009) para 18,1 (2015). Em 5 anos de programa, esses dados sa~o superiores a pai´ses como: Alemanha, Dinamarca, Sue´cia, Austra´lia e Japa~o.

A fila no Estado do Rio de Janeiro é única, o tempo de espera, em geral, é de 1 ano a 1 ano e meio. A manutenção dos exames em dia é fundamental para que o procedimento seja realizado e, para isso, o paciente precisa manter contato com a instituição em que está inscrito ou médico responsável.
É importante a divulgação e explicação da doação das córneas após a morte, pois apesar das campanhas, o índice de recusa familiar ainda é o fator preponderante para o número tão reduzido de doações e, consequentemente, aumento da fila de espera por órgãos e tecidos. Importante também dizer que a remoção das córneas do doador não acarreta efeito estético indesejável.

PET - Há possibilidade de rejeição? Em quanto tempo ela aparece?
GB -
O risco de rejeição existe a vida inteira, mas há tratamento clínico que geralmente é apenas com colírios. O quanto antes diagnosticada a rejeição melhores são as chances de sucesso do tratamento. Portanto, é importante explicar às pessoas que irão fazer um transplante de córnea que o acompanhamento pós-operatório imediato e tardio deve ser feito com a equipe médica que o operou.


Dr. Gustavo Bonfadini é Responsável Técnico do Banco de Olhos do Estado do Rio de Janeiro (INTO); O Rio de Janeiro conta com dois bancos em sua região.

 

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