06/02/2015
Nova técnica para transplante cardíaco pode salvar até 30% mais vidas
Uma nova técnica traz mais esperança para quem necessita de um transplante cardíaco. O procedimento se resume em reativar os batimentos cardíacos do paciente com morte circulatória e ressuscitar o órgão, para depois transplantá-lo. Recentemente, um grupo de médicos do Hospital St. Vicents, na Austrália, conseguiu transplantar pela primeira vez um coração que tinha parado de bater há 20 minutos. Segundo os médicos, este avanço pode salvar até 30% mais vidas em todo o mundo.
Até então, eram usados apenas corações doados por pacientes que tiveram morte cerebral, mas cujas pulsações se mantinham inalteradas. Enquanto o procedimento comum mantém a preservação do órgão no prazo máximo de 4 horas, em um compartimento contendo gelo, o novo método evita justamente que ele esfrie. Para que esse tipo de transplante ocorra, os profissionais de captação de órgãos devem ter um equipamento que mantém o coração irrigado e funcionando artificialmente até chegar a uma unidade de saúde habilitada para realizar a cirurgia.
Morte circulatória
Em dezembro de 2014, o governo brasileiro assinou um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde, Serviços Sociais e Igualdade da Espanha, por meio da Organização Nacional de Transplantes (ONT), para a formação de equipes de transplantadores em campos inéditos ou pouco explorados no país, como o transplante com morte circulatória.
No Brasil, os transplantes só ocorrem após a confirmação da morte encefálica e do consentimento familiar. Por este motivo, é fundamental que haja rapidez na abordagem com a família. A logística envolve também a Central de Transplante local, para que haja agilidade na comunicação e preparação junto aos familiares e a pessoa que aguarda na lista de espera por um órgão.