26/09/2014
Doação: conheça a história de quem teve a vida salva por um transplante
A Semana Nacional da Doação de Órgãos tem por objetivo alertar a população sobre a importância deste gesto de amor que pode salvar muitas vidas. Conheça a história de quem teve a vida renovada através da doação.
Pedro Gonçalves, transplante renal
O dia 13 de julho de 2013 marcou o início da transformação na vida de Pedro Gonçalves, 60 anos. Após achar que o pai não estava bem, a filha do superintendente da Casa da Moeda o convenceu a ir ao médico. Depois de realizar alguns exames e fazer hemodiálise por 48 horas, Pedro ouviu do médico que somente um transplante salvaria sua vida.
“Primeiramente fui contra, pois achava que alguém teria que se sacrificar por causa de mim. Depois assisti a palestras e vi que não era bem assim. Me credenciei na fila”, relata.
A irmã de Pedro se dispôs a doar um dos rins, já que eram compatíveis. Mas, na véspera da cirurgia, uma surpresa: ligação do hospital sobre um possível doador.
“Estava viajando e, por coincidência, antecipei o retorno. Recebi uma ligação do hospital perguntando se eu estava no Rio de Janeiro e em jejum. Por coincidência, eu ainda não havia almoçado. Não deu tempo de sentir ansiedade. Foi tudo muito rápido”, lembra. Três meses após a cirurgia Pedro voltou a trabalhar e hoje, 10 meses depois do procedimento, se diz uma pessoa muito melhor.
A renovação, segundo ele, vai da saúde à forma de pensar. Se antes Pedro não tinha mais prazer em viver, agora a realidade é bem diferente. Por isso, ele se diz eternamente agradecido à família que autorizou a doação de órgãos.
“Essa família tem os meus pesares pelo ente que se foi e a minha gratidão por ter salvado a minha vida e ter me dado o prazer de viver novamente”, emociona-se.
Carlos Roberto Cabral, transplante hepático
O transplante de órgãos já era assunto presente na vida de Carlos Roberto Cabral, 56, antes de necessitar de um novo fígado, já que era presidente da Dohe Fígado (Associação dos Doentes e Transplantados Hepáticos do Estado do Rio de Janeiro). Mas, devido a uma doença autoimune que atrofiou suas vias biliares, ele perdeu 40 quilos e entrou para a fila de espera por um transplante hepático.
“Tinha menos de 40% de passagem de bile. Esperei por quase dois anos e precisei ganhar peso para poder passar pelo transplante”, recorda Cabral, que recebeu o órgão de um jovem universitário de 19 anos.
Após 12 anos da realização do procedimento, Cabral lembra que na época acreditava que ainda tinha muito para viver e mostrar que os transplantes realmente salvam vidas. “Sempre dizia que não tinha medo de morrer, mas não queria morrer agora. Queria aproveitar todos os momentos da minha vida”.
Aproveitando a Semana Nacional da Doação de Órgãos, o presidente da Dohe Fígado reforçou a importância da doação para a realização dos transplantes. “Se não houver doação, não vai ter transplantes. É sempre bom lembrar que a mensagem de ‘sou doador’ na Carteira de Identidade não confirma a sua doação, mas muitas pessoas ainda acreditam nisso”, diz.
Para ser doador basta avisar a sua família sobre o seu desejo. Apenas ela podem dizer sim.