01/12/2014
Profissionais do SUS serão capacitados para transplantar órgãos após morte circulatória
Brasil e Espanha, referências mundiais na área de transplantes, vão unir esforços na capacitação, qualificação e pesquisa em transplantes de órgãos. O governo brasileiro assinou um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde, Serviços Sociais e Igualdade da Espanha, por meio da Organização Nacional de Transplantes (ONT). O documento prevê a formação de equipes de transplantadores em campos inéditos ou pouco explorados no país.
É o caso do transplante com morte circulatória – quando o coração já está parado –, procedimento que já realizado pelos espanhóis. Nesses casos, não há chances de sobrevivência para a vítima, mas existem técnicas que permitem o aproveitamento não só do coração, mas também de outros órgãos sólidos, como pulmão e rins. Para que esse tipo de transplante ocorra, os profissionais de captação de órgãos devem ter um equipamento que mantém o coração irrigado e funcionando artificialmente até chegar a uma unidade de saúde habilitada para realizar a cirurgia.
Como no Brasil os transplantes só ocorrem após a confirmação da morte encefálica e do consentimento familiar, é fundamental que haja rapidez na abordagem com a família. A logística envolve também a Central de Transplante local, para que haja agilidade na comunicação e preparação junto aos familiares e a pessoa que aguarda na lista de espera por um órgão.
Além de fortalecer ações nos dois países, no caso brasileiro, a parceria também irá trazer benefícios na área de formação. Desde 2004, a Espanha já recebe anualmente profissionais brasileiros para atividades de capacitação e de especialização na área de transplantes. A partir do acordo formal de parceria entre os países, haverá o fortalecimento das ações e atividades. No Rio de Janeiro já é realizado o curso Transplant Procurement Management – TPM, em parceria com a Universidade de Barcelona, formando profissionais como coordenadores de transplantes.