27/08/2012
O que você sabe sobre morte encefálica?
Um transplante de órgãos e tecidos depende sempre de uma doação, que pode ser feita por um doador vivo ou falecido. Para que a doação seja feita após a morte, é necessário que a família do falecido autorize. Porém, a falta de informação sobre um tema essencial relacionado a esse processo pode influenciar a decisão dos familiares. Trata-se da morte encefálica – “completa e irreversível parada de todas as funções do encéfalo, que compreende o cérebro e o tronco encefálico” –, que é a definição legal de morte, segundo a Lei Federal 9.434 de 1997.
É difícil para a família admitir a morte de um ente querido. Essa admissão demora mais quando o médico informa a morte encefálica e o familiar percebe que o coração de seu parente ainda bate e ele aparenta estar apenas dormindo. Isto porque um ventilador abastece os pulmões com ar, mantendo a temperatura do corpo, mas o cérebro já não recebe mais sangue do corpo e o quadro é irreversível.
O diagnóstico da morte encefálica é dado através da realização de exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo variáveis, próprios para determinadas faixas etárias, conforme critérios já bem estabelecidos pela comunidade científica mundial . É preciso confirmar que o indivíduo não apresenta reflexos cerebrais e que não respira.
Além disso, também é necessário que seja realizado exames complementares de acordo com a faixa etária que deverão demonstrar de forma inequívoca: ausência de atividade elétrica cerebral - através de eletroencefalograma - ou ausência de sangue circulando no cérebro - através de arteriografia cerebral.
Os médicos sempre farão o possível para salvar uma vida. Qualquer diagnóstico será dado com muita responsabilidade, e somente depois de terem esgotado todas as possibilidades.
Não tenha medo de permitir a doação dos órgãos e tecidos de um parente querido que tenha sido diagnosticado com morte encefálica. Lembre-se de que esse gesto pode evitar o sofrimento de outras famílias.
