Governo do Rio de Janeiro Rio Poupa Tempo na Web Governo Aberto RJ
Acessibilidade na Web  Aumentar letra    Diminuir letra    Letra normal
PROGRAMA ESTADUAL DE TANSPLANTES
Início » Fique por dentro » Notícias » Acolhimento na dor: entenda o trabalho realizado com as famílias no processo de doação

Notícias

RSS

11/03/2019

Acolhimento na dor: entenda o trabalho realizado com as famílias no processo de doação


Acolhimento na dor: entenda o trabalho realizado com as famílias no processo de doação
Um gesto de amor que salva vidas. Repetimos sempre aqui que assim é a doação de órgãos e tecidos. Mas repetimos também que, para que isso de fato aconteça, mas do que a decisão pessoal, vale a decisão da sua família. De acordo com a legislação brasileira somente a família pode autorizar a doação. Por isso a conversa é tão importante. Sua conversa com sua família, obviamente, mas também a conversa da Coordenação Familiar do Programa Estadual de Transplantes (PET) com as famílias.

Aliás, é sobre este trabalho, parte essencial no processo de doação e de transplantes que vamos falar aqui. Mas, voltando um pouco... Este processo começa com a notificação do hospital à Central de Transplantes sobre a suspeita de morte encefálica. A Central, então, pesquisa toda situação e o histórico do paciente, conhece a realidade dele e os exames começam a ser feitos.

“A família é informada pela equipe médica que o protocolo foi aberto, mas não se pode falar sobre doação de órgãos durante o processo de morte encefálica (48h). Quando o paciente é identificado como possível doador, a coordenação do PET autoriza o acolhimento familiar. A coordenação familiar entra, então, em contato com a família e a primeira questão levantada é o entendimento de morte encefálica”, explica Patrícia Bueno, da Coordenação Familiar do PET.

A equipe do PET não é uma ameaça e, por isso, neste contato é preciso empatia e respeito pela dor e pelo sofrimento desta família. Para isso, segundo Patrícia é preciso “jamais chegar falando e sim ouvindo sempre”. Segundo ela, o luto não é algo linear e é preciso, primeiro, saber se a família está entendendo o processo.

“A máquina faz o coração bater por pouco tempo. A família entendendo isso, é preciso identificar quais são suas demandas, se há sentimento de culpa – e se, e se eu não... – e, se for o caso, trabalhar que o fato não foi culpa deles, explicar como foi todo o processo hospitalar em uma linguagem próxima a deles e mostrar, de uma forma que um leigo possa visualizar, quais são as técnicas que mantém o individuo ali depois da morte encefálica”, detalha.

Além disso, Patrícia diz que é preciso identificar se existe alguém de influência na família, alguém que dê segurança aos demais e que não esteja ali. “É preciso resgatar a força e a autonomia, buscar um consenso. A doação precisa ser vista como uma oportunidade diante da tragédia e da dor. Como uma chance de dar esperança de vida a outras pessoas”, destaca.

Embora no processo de doação e transplantes exista uma corrida contra o tempo, o tempo da família, afirma Patrícia, precisa ser respeitado. “A família manda no tempo. O tempo é um problema, mas precisa ser respeitado. Uma família abordada na hora errada vai dizer não. É preciso dar um tempo para compreensão, mostrar que o PET não é uma ameaça, formar uma rede de ajuda, facilitadores do processo, para que possam se posicionar a respeito. Uma noite ajuda a elaborar a situação”, explica.

Mas mesmo com a autorização da família o processo não se encerra aí. A equipe fica disponível 24h por dia e há sempre a possibilidade de tirar de dúvidas e de conversar e receber conforto. “É importante mostrar a importância do ato que foi realizado e a família é homenageada e acolhida independente do tempo que se passou”, garante Patrícia.

Vidas salvas

É natural que as famílias queiram conhecer as pessoas que receberam os órgãos de seu ente querido, mas isso não é permitido por lei, o que pode deixar alguns decepcionados. “Como é algo muito forte, pode causar na pessoa um estresse desnecessário. É informado somente quantas pessoas foram salvas, exaltando a atitude tomada”, justifica Patrícia.

Mas situações alternativas são oferecidas. Como eventos de homenagens, cerimônias ecumênicas e ações em unidades hospitalares em que doadores e receptores são convidados para contarem e compartilharem suas histórias. Além disso, há o Mural da Vida, online e físico, onde familiares escrevem quem foi aquela pessoa e podem compartilhar memórias e fotos. “A família nunca vai esquecer essa pessoa e isso é importante, é importante homenagear o doador de órgãos falecido para sempre”, conclui Patrícia.

Confira aqui os depoimentos do Mural da Vida.

Ligue 155 - disque transplante

Secretaria de saúde
Links interessantes:
Rio com saúde Rio sem fumo Rio imagem 10 minutos salvam vidas Xô, Zika !!