11/04/2016
Entenda como é realizado o processo de captação de órgãos e tecidos para doação

O transplante de órgãos e tecidos envolve diferentes profissionais em busca de um só objetivo: salvar vidas. Trata-se de um processo complexo, que passa por importantes etapas até renovar a vida de quem tanto precisa de uma doação. Um destes momentos fundamentais é a cirurgia de retirada dos órgãos ou tecidos para doação.
Quando há um potencial doador com diagnóstico confirmado de morte encefálica, os assistentes sociais trabalham em cima de estratégias humanizadas para acolher e sensibilizar as famílias. Somente após autorização familiar é que a cirurgia de captação dos órgãos e tecidos poderá ser feita e deverá respeitar as seguintes etapas:
1º: O hospital faz a notificação ao PET através do 155, sobre um paciente com morte encefálica (potencial doador).
2º: A equipe do PET realiza a avaliação deste paciente junto ao hospital e às equipes especializadas (OPO ou CIHDOTT). Caso não haja nenhuma contra-indicação clinica para a doação de órgãos, a família é entrevistada para a doação
3- Após a autorização são reunidos: os resultados de exames gerais (que refletem as funções orgânicas, como Ureia e Creatinina, no caso do rim por exemplo), junto das sorologias, grupo sanguíneo e do HLA (“identidade genética”). Todos os dados são obtidos a partir da coleta de sangue do doador, até esse momento.
4. O próximo passo é a transcrição desses resultados no sistema informatizado do Sistema Nacional de Transplantes (SIG) para geração de ranking de potenciais receptores, de acordo com critérios específicos de cada órgão. Outros testes de compatibilidade serão realizados, como o Painel de Reatividade de Anticorpos (PRA) e a Prova Cruzada (“Crossmatch”), que consistem na verificação da compatibilidade com os possíveis receptores
4º: As equipes de transplante, junto com a equipe do PET, adotam as medidas necessárias para viabilizar a retirada dos órgãos (meio de transporte, cirurgiões, pessoal de apoio).
5º: Os órgãos são retirados, acondicionados em líquidos específicos e embalados, conversados em hipotermia (gelo) e transportados do hospital onde encontrava-se o doador até os hospitais onde os transplantes serão realizados.
Podem ser doados coração, rins, pulmões, fígado, pâncreas, ossos, pele, válvulas e córneas. Cada órgão e tecido possui tempo máximo para ser retirado do doador e de preservação fora da circulação sanguínea. Órgãos como coração, pulmões, fígado, pâncreas e rins devem ser removidos antes da parada cardíaca, e o período de preservação para ser transplantado pode variar de 4 a 36 horas, de acordo com cada órgão. As córneas e os ossos podem ser retirados até doze horas após parada cardíaca e têm 14 dias e até cinco anos, respectivamente, de preservação extracorpórea.